Eis que num belo dia eu decidi abrir o Netflix e assistir alguma coisa, qualquer coisa, só para passar o tempo. No meu computador eu uso o Netflix Americano, porque tem mais opções de filmes, séries, documentários, etc... Tem tanta coisa, mas taaanta coisa, que no fim você quase pensa em desistir de assistir por indecisão. Até que achei The Queen of Versailles, a foto capa não me chamou muito a atenção - não como o título. Eu gosto de assistir/ler tudo o que aparece na minha frente sobre Versailles. A foto capa do filme é uma mulher loira com um cachorro e uma casa (mansão) atrás. Na hora achei que era um reality show com uma mulher que pode comprar várias Chanel Reissue 2.55 sem ter que vender o seu respectivo rim. Mas para a minha surpresa não era um reality show e sim um documentário! Na falta do que fazer e com a capa bizarra do filme, decidi assistir... Se fosse ruim pelo menos seria engraçado.
A protagonista é Jackie Siegel - "A Rainha" - 30 anos mais nova que David Siegel, seu marido - "O Rei". Em 2007 Siegel começou a construir uma mansão inspirada no Palácio de Versalhes na Florida, que, de acordo com o projeto inicial teria 15 quartos, 30 banheiros, 10 cozinhas, rinque de patinação, e outras várias opções de lazer. Quando perguntaram o por que de ele querer construir o seu próprio palácio, Siegel respondeu: "Porque eu posso!" Essa fala aparece no documentário, pois o mesmo foi gravado antes do desastre acontecer.
Siegel é dono da Westgate, uma das maiores empresas de time sharing (onde uma pessoa pode comprar o direito de uso de um quarto de hotel por um determinado número de dias por ano), foi assim que ele fez sua fortuna. Em 2007 tudo estava indo bem para a família - Jackie, seus 7 filhos, e 1 sobrinha criada pela família. Segundo o próprio Siegal diz, a mulher coleciona tudo, até filhos. Mas em setembro de 2008 veio a crise que devastou o mercado financeiro americano. A empresa Westgate teve que demitir milhares de funcionários e os Siegal se viram na constrangedora situação de ter que cortar custos.
Um documentário que passou de fútil entretenimento tornou-se uma crônica de um momento histórico do país. O documentário é de Lauren Greenfield. O melhor de tudo é que Laura não precisa nem se esforçar para nos mostrar o quão o casal está estupefato com a situação de que seus sonhos estão sendo esmagados e desmoronados. Uma briga sobre quem deixou as luzes acesas acontece, a mulher tem que fazer as compras de natal no WalMart, o jatinho Gulfstream do casal foi tomado pelos bancos, e Jackie se vê obrigada a ter que demitir os seus vários empregados e babás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário