quinta-feira, 3 de julho de 2014

Obsessão Infinita, de Yayoi Kusama!

Na quarta-feira decidi visitar com o meu namorado e a minha irmã o Instituto Tomie Ohtake para ver a exposição "Obsessão Infinita" da Yayoi Kusama. Fui no meio da semana, às 11h30 (o Instituto abre às 11h), pois sabia que teria filas. A exposição é gratuita e está sendo muito comentada. No horário que eu fui estava tranquilo, deu para observar tudo com calma, mas mesmo assim pegamos 2 filas - que foram rápidas. Havia observado imagens e textos na internet sobre a exposição e a artista, fiquei muito curiosa e decidi ver com os meus próprios olhos. E que ótima escolha a minha! Adorei, é tudo muito incrível, e vale muito a pena. 

Yayoi nasceu em 1929, é considerada uma das maiores artistas pop japonesas, tem uma história de vida cheia de altos e baixos. Faz uma arte contemporânea baseada em Polka Dot (pontinhos). Aos 85 anos, a artista continua a fazer suas artes (pesquisem uma foto atual dela! Ela é muito fofa). Fui na exposição sem saber muito sobre a autora - não que isso tenha atrapalhado a minha compreensão, pois lá tem textos falando e explicando sua obra, porém se você chegar lá já sabendo um pouco mais sobre ela, tudo ficará ainda mais interessante! Então, decidi contar um pouco para vocês sobre Yayoi Kusama e o que você vai encontrar em Obsessão Infinita. 

De onde vem tanta criatividade? Tudo indica que é devido à esquizofrenia, que a fazia ter uma percepção e uma visão diferente da realidade em que vivia. Segundo ela mesma conta, ela sempre foi atormentada por visões distorcidas, que a faziam enxergar bolas e pontos. Yayoi nasceu em 22 de março de 1929 em Matsumoto-shi (Nagano Ken) e desde a infância sofre com alucinações. Sua relação com sua mãe não era nada boa. Segundo Yayoi conta, sua mãe era uma mulher de negócios e que jamais aceitou a veia artística da filha, chegando até a agredi-la fisicamente diversas vezes por causa disso. Isso pode ter ajudado a piorar o quadro psíquico de Yayoi, assim como gerou uma grande instabilidade emocional. Como forma de “fuga da realidade” , desabafo e também para mostrar às pessoas como era o mundo que ela enxergava, ela passou a se expressar no papel usando guache, aquarela e tinta a óleo, as bolinhas ou pontos do infinito, como ela também costuma chamar. 
Como ela mesma diz: "Minha arte é uma expressão da minha vida, sobretudo da minha doença mental, originário das alucinações que eu posso ver. Traduzo as alucinações e imagens obsessivas que me atormenta em esculturas e pinturas. Todos os meus trabalhos em pastel são os produtos da neurose obsessiva e, portanto, intrinsecamente ligado à minha doença. Eu crio peças, mesmo quando eu não vejo alucinações." No entanto, com o tempo, passou a preencher pisos, paredes, telas, objetos e até pessoas com seus pontos.  Em toda e qualquer arte de Yayoi, podemos “sentir” seu surrealismo misturadas a visões alucinatórias, porém de forma leve, alegre, colorido. Muitas pessoas que sofrem de doenças mentais como esquizofrenia e outras tantas doenças, podem possuir um talento indescritível em alguma área ou arte. 
No caso de Yayoi, além das alucinações, muitas vezes suicida, ela ainda passou a ter TOC, ou seja, as bolinhas e pontos, se tornou uma verdadeira obsessão, que reflete em tudo que venha da artista, não só em sua arte como também no seu visual, que chama muita atenção, mesmo hoje em dia, com mais de 80 anos.
Com pinturas, esculturas, vídeos, instalações, a mostra apresenta diversas obras compostas por pontos e formas fálicas, que se tornaram marcas em sua obra. Ao todo, são cerca de 100 obras, do período de 1949 a 2012. Entre elas, três ambientes se destacam e impressionam em "Obsessão Infinita".

 "Filled with the Brilliance of Life" (2011)
Um sala composta por espelhos e inúmeras lâmpadas penduradas, que vão mudando de cor, e dão a impressão do infinito. Foi a minha sala favortita!

 "Infinity Mirror Room - Phalli's Field" (1965)
Mais uma sala com vários espelhos indicando o infinito, com objetos fálicos que ganham destaque e parecem se espalhar, como um enorme jardim. Suas famosas bolinhas vermelhas estampam as peças.

 "I'm Here, But Nothing" (2000-2012)
Neste ambiente, por onde também é possível caminhar, é apresentada uma sala de estar completamente comum, com móveis como sofá e mesa de jantar, mas totalmente coberta por pontos de luz fluorescentes coloridos.

No fim fomos em uma sala que você ganhava uma cartela de adesivos de bolinhas e podia colar no lugar que você quisesse. No meu instagram (@juupiter) postei uma foto e chamei de Contribuição da Obsessão, haha. Gostei muito da exposição e valeu a pena cada metrô lotado que pegamos para chegar até lá! Mais fotos da exposição no meu flickr!

Obsessão Infinita, de Yayoi Kusama
Quando: Visitação do público: de 22 de maio a 27 de julho de 2014.
Onde: Instituto Tomie Ohtake - Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88) – Pinheiros, SP
Quanto: Entrada franca
Funcionamento: De terça a domingo, das 11h às 20h
Mais informações: (11) 2245-1900

Fontes: wikipédia, guia.uol.com.br/são-paulo 

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